O que está por trás do tênis destruído vendido pela Balenciaga?

O tênis destruído da Marca espanhola Balenciaga lançado esse ano por por $1850,00 dólares atraiu críticas ao redor do mundo. Mas o que a marca realmente quis comunicar? 

A coleção Paris Sneakers, uma linha de modelos de tênis com aspectos de gastos, teve como crítica a efemeridade dos produtos; temos que lidar com o acúmulo de peças que demoram até 200 anos para se decompor. Com cemitérios de roupas ao redor do mundo, como no Deserto do Atacama onde colinas de roupas somam 59 mil toneladas.

A crítica da grife se deu em repensar essa ideia de consumo descartável, repensando a forma de se vestir, ao tentar criar tendências onde o destruído também é fashion. Dispensando assim a busca pela compra de novas peças mais novas. Em uma época onde o consumo é guiado por tendências que aparecem e desaparecem na mesma velocidade, cresce o conceito de fast fashion na indústria da moda, responsável por 10% das emissões globais e 20% do consumo mundial de água.

Marcas digitais, como a gigante chinesa Shein, produzem mais de 6000 novos modelos de roupa por dia, sem aplicar práticas sustentáveis em sua operação. Enquanto isso, outras empresas do setor têm se atentado cada vez mais à necessidade de se criar tecnologias sustentáveis, como a grife italiana Prada, pioneira em reciclagem de Nylon, um tecido de difícil reaproveitamento. 

Gostos pessoais à parte e embora as roupas de grandes grifes estejam fora do alcance da maioria da população mundial, são essas grifes que criam as tendências da moda, assim como o investimento em novas tecnologias têxteis. Modelos internacionais desfilando nas maiores passarelas do mundo com tênis destruídos e jaquetas recicladas de Nylon de redes de pescas abrem caminhos não apenas a uma nova forma de se vestir, mas também de se pensar.