O que a Ikea anunciar setor de móveis usados, nos diz sobre o movimento da economia circular?
Uma das bandeiras que vem sendo levantada em busca do desenvolvimento sustentável do mundo é a da gestão de resíduos.
O fato de que até 2025 o acúmulo de materiais chegue a 2,2 bilhões de toneladas, faz com que a pauta ganhe cada vez mais espaço no mercado. Como resultado dessa corrida contra o tempo, vemos espaços para o surgimento de novos nichos e possibilidade para inovar, a IKEA por exemplo anunciou a seção de móveis usados recuperados.
Como se a realidade da quantidade de resíduos acumulados no mundo já não fosse assustadora, de acordo com o relatório What a Waste 2.0 realizado pelo Banco Mundial, até 2050 espera-se que a produção anual chegue a 3,40 bilhões de toneladas. A discussão sobre o tema não é tão recente e acontece principalmente em países desenvolvidos, existem companhias atuando diretamente para combater seus impactos. No Brasil a discussão ainda não está em protagonismo e até mesmo a regulação da Política Nacional de Resíduos Sólidos precisou passar por atualização recente na tentativa de garantir maior efetividade.
Se pararmos para pensar, as condições de armazenamento desses resíduos já chegaram em níveis alarmantes. Existem contêineres no fundo do mar, a água já possui microplástico em sua composição e como tentativa de conter esses e outros impactos e repensar esse meio habitual de produção, a economia circular surge como solução. O princípio base é de que esses resíduos se tornem insumos para a produção de novos produtos, com uma estratégia que além de sustentável, também pode garantir uma maior rentabilidade de sua operação
Na busca pela rentabilidade da operação e com a vontade de se tornar um negócio circular, a IKEA, cadeia sueca de móveis anunciou que vai estender para suas 37 lojas a seção de móveis usados. Os móveis são recomparados pelas lojas, passam por reparo e voltam às prateleiras, e os antigos donos podem ganhar até 50% do valor para comprar novos produtos. Esse exemplo traz uma nova perspectiva em que somente se preocupar com a produção não atende mais aos critérios mínimos.
Evidentemente a economia circular é um mercado que cresce cada vez mais e que já é tendência entre as companhias pioneiras na gestão de impactos e, embora atuar para redesenhar sua operação crie uma barreira para a companhia é necessário entender o fluxo de descarga de resíduos. Atuar na gestão e inovar na reutilização são saídas que podem render novas fontes de renda tanto para a comunidade no entorno das plantas como uma solução interna para o seu mercado, como no caso da IKEA.