Millenials e o ESG
O que o show lixo zero de Billie Eilish diz sobre a forma como as novas gerações investem?
A cantora americana Billie Eilish foi a primeira artista nascida no século 21 a ter seu álbum como o mais tocado do planeta, com mais de 100 bilhões de visualizações em seus vídeos. A artista vem se tornando cada vez mais um símbolo de uma nova geração que vem ressignificando a palavra propósito: embaixadora do Market Place Sustentável Reverb. Ela também se posiciona constantemente em suas entrevistas sobre a necessidade do mundo alcançar o Netzero. Além disso, suas apresentações contam com até 92% de reciclagem dos resíduos produzidos.
Não é de hoje que é possível perceber a capacidade de organização e a busca por propósitos dos millennials e das próximas gerações. Como já nasceram adaptados às transformações digitais, o posicionamento tradicional já não é mais o suficiente para os fazerem acreditar em uma marca. Para se conectar, prezam por sustentabilidade, responsabilidade social e diversidade.
Por mais que esse ímpeto por mudança já fizesse parte do grupo de características geracionais, o que muda é o papel dos millennials dentro da sociedade. De acordo com o Pew Research Center, até 2025, 75% da força de trabalho mundial será millennial, já a brasileira, acredita-se que até 2030 será de 70%. Segundo a pesquisa realizada pela MSCI, a geração deve herdar até 30 trilhões de dólares nas próximas décadas, e por isso deve desempenhar um novo papel social e econômico.
O que marca o comportamento dessa geração é que ela é fiel aos seus valores, independentemente da esfera, e preza por um desenvolvimento mais igualitário do mundo. Prova disso é a sua prioridade com relação aos investimentos no mercado de capitais. Enquanto somente 2% dos baby boomers investem exclusivamente em investimentos que consideram fatores ESG, mais de um terço dos investidores entre 25 e 40 anos optam por esse tipo de investimento. Por conta dessa posição clara, os investimentos em ESG crescem também em outras gerações, com cada vez mais as corretoras e fundos buscando incorporar companhias com pilares sustentáveis em seus portfólios.
A partir desse cenário, fica claro que as novas gerações, assim como seus artistas e formadores de opinião, estão mudando a forma de se relacionar entre si e com as marcas que consomem. Tornando essencial para as companhias construírem seu planejamento estratégico de forma sustentável, do contrário ficará cada vez menos seguro garantir a saúde do negócio a longo prazo.