Copa do Mundo do Catar: ESG ou Greenwashing?

A cada quatro anos os meses de julho e agosto costumam trazer para nós um clima diferente, bandeiras penduradas nas sacadas e pausas inesperadas nos horários de trabalho, para acompanharmos um dos maiores eventos esportivos do planeta, a Copa do Mundo. Dessa vez, o evento acontece em uma data diferente, entres os meses de novembro e dezembro, devido às altas temperaturas do país sede, o Catar. 

Em 2010, quando o Catar foi escolhido para sediar a Copa, já se sabia que existiriam questões culturais relacionadas às minorias e aos direitos trabalhistas de imigrantes. Ainda assim, era uma oportunidade de democratizar o evento, levando a competição para o Oriente Médio pela primeira vez na história.

Passados 12 anos do momento de decisão do país sede para essa Copa e com estrutura finalizada e em uso, será que as promessas de um evento neutro em carbono, e com boas condições de trabalho foram cumpridas?

Ao que tudo indica, a resposta é não.

Mesmo com denúncias, feitas pela Anistia Internacional nos últimos anos, da existência de imigrantes trabalhando em condições de escravidão, ações não foram tomadas pela FIFA. Já as promessas de um evento carbono neutro também geram desconfiança. A organização do evento omite informações e planeja uma compensação de carbono frágil, de acordo com a Carbon Market Watch.

A bola está rolando no maior evento esportivo do mundo, 5 bilhões de espectadores vão acompanhar as 32 melhores seleções do planeta, porém em um planeta cada vez mais quente.