Cada vez mais perto do padrão global de relatórios de sustentabilidade

Existe, hoje, um forte caso de negócios para as empresas relatarem impacto materiais e nos últimos anos desenhou-se o início do alinhamento entre diferentes abordagens sobre valores e propósitos.

Acompanhado da compreensão crescente de onde ESG, sustentabilidade e clima se encontram, consolida-se no mercado uma nova frente. A necessidade por dados robustos, transparentes e decisivos na tomada de decisão. De acordo com a Bloomberg, em 2021, a expectativa é de que até 2025 os ativos globais de ESG ultrapassem US$ 53 trilhões de dólares, representando um terço dos US$140,5 trilhões em ativos totais projetados sob gestão.

Nessa corrida, em 2015, foi publicada a TCFD (Task Force for Climate-related Financial Disclosure) pela Financial Stability Board (FSB), braço operacional para assuntos financeiros do G20, e que tem como foco reportar o impacto que uma organização tem no nas questões climáticas, a força tarefa se compromete a fazer divulgações relacionadas com o clima mais consistentes e, por conseqüência, mais comparáveis. O argumento é de que melhores informações vão garantir às companhias a possibilidade de incorporar riscos e oportunidades relacionados ao clima à sua gestão de risco, planejamento estratégico e à tomada de decisões.

Em 2021, a Global Reporting Initiative (GRI) e a Fundação IFRS , criaram em conjunto o  International Sustainability Standards Boars ou ISSB,que publicou, no dia 31 de março, publicou seus primeiros drafts com o plano para coordenar e alinhar seus padrões de materialidade dupla,  mercado de capitais e multissetorias, para disclorue de sustentabilidade. O que é de fato, um avanço para alcançar um padrão global de relatórios em sustentabilidade, as propostas apresentadas pela instituição apresentam uma abordagem para cada materialidade.

Os drafts apresentados, ISSB S1 – General Requirement for Disclosure of Sustainability – related Financial Information e ISSB S2 – Climate – related disclosure tem como base a TCFD. As propostas adotam uma adordagem de Governança, Estratégia, Gerenciamento de Riscos, Métricas e metas, talvez o maior ponto de surpresa seja a exigência sobre relatar as emissões das companhias em Escopo 3, o que na TCFD só será cobrado das empresas consideradas grandes  referente ao ano contábil de 2023. Outras diferenças entre os memorandos estão relacionadas com o clima e o Climate Standards da ISSB exige  um disclosure que determine a forma de cálculo das informações, se foi checado por terceiros e se está alinhado com os últimos tratados internacionais.

 É inegável, o avanço para o alinhamento entre as diferentes abordagens sobre valores e propósitos, o que significa que finalmente surge a possibilidade de um padrão abrangente e com abordagens interconectadas, que identificam como igualmente importante as duas partes da materialidade. Para a sustentabilidade e ESG, essa padronização ajudará a desenvolver um entendimento mais amplo, transparente e comparável de como relatar riscos de sustentabilidade e o que eles significam.